terça-feira, 20 de outubro de 2009

Eu o probo, tornei-me eu o pândego

PERCEBÍ QUE O FRÍVOLO TOMOU PROPORÇÕES EXARCEBADAS, FOI ENTÃO QUE EU O PROBO, TORNEI-ME EU O PÂNDEGO, SE É QUE ME ENTENDES.....
CONTINUA...

Daniele Nascimento

sábado, 10 de outubro de 2009

Cansada, um cansaço mental e a diminuição dos níveis de dopamina no cérebro

Realmente cansada, afinal, como se bem sabe: Tudo tende ao tédio e ao cansaço, cansaço mental e diminuição dos níveis de dopamina no cérebro, cansada de jogar, de esforços tão banais, de cartas na mesa, de meias verdades, de deixar subentendido, da falta do que dizer, dos diálogos monosilábicos, dos olhares que me cercam, das perguntas que faço, do meu medo inevitável do incógnito, de observar fotos, da constante investigação diária, das dúvidas cruéis, mas o pior, o que mais me cansa é o joguinho de baralho, de pocker, de uno, de damas, de nada, de tudo.
Realmente cansada, muito cansada, é inevítável, se as contas fossem colocadas na calculadora, seriam aproximadamente 1.150 dias de jogos intermináveis e cansativos e entediantes, nossa, que jogo mais demorado e cansativo, estou tão cansada e diminuindo os níveis de dopamina no cérebro.
Daí então foi lançada a última carta do baralho, do pocker, do uno, das damas, do jogo que parece ser interminável, a útima carta que ainda restava na minha mão, espero que esse jogo tão cansativo seja concluido, que vai ganhar ou perder? Isso não importa mais, melhor na verdade seria que não houvessem perdedores ou vencedores, melhor seria que todos vencessem e para isso só são necessárias palavras entendidas claramente, não mais subentendidas, não mais as dúvidas, não mais os jogos, sentar numa mesa de baralho, de pocker, de uno, de damas e realmente de uma vez por todas escutar o resultado desse jogo tão cansativo. Minha mente está tão cansada, tão cansada, se todos bem soubessem evitariam os jogos, terminariam com os jogos, mas é necessário verdadeiramente ser falado, ouvido com olhos e ouvidos abertos e frente a frente, numa noite tão simples escutar e ver, escutar com os ouvidos e com os olhos, ver com os olhos e com os ouvidos, sem fugas, sem demora, sem palavras subentendidas, o resultado final desse jogo tão cansativo, quem vai vencer não é mais tão importante, melhor na verdade seria que não houvessem perdedores ou vencedores, melhor seria que todos vencessem. As consequências serão inevitáveis, isso não se pode negar, porém o que é de vital importância e necessidade é rapidamente e frente a frente entender e concluir esse jogo.
A última carta que eu guardava escondida na minha mão está colocada na mesa, limpa e clara, simples e objetiva como bons negócios, afinal a vida obviamente tem que ser assim, resta então concluir esse jogo, melhor na verdade seria que não houvessem perdedores ou vencedores, melhor seria que todos vencessem nesse jogo tão inevitável, a última carta foi lançada e de verdade espero que só existam vencedores nesse jogo tão cansativo. Estou tão cansada , um cansaço mental e a diminuição dos níveis de dopamina no cérebro.

Daniele Nascimento

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

O perfeito jogo incógnito da vida ( ás vésperas de uma surpresa)

Ah são tantas as perguntas que me tomam, cansei, estou tão cansada de  perguntas e perguntas, até mesmo essa palavra: "Pergunta" já está me dando náuseas, nossa que cansaço de perguntar. Mudarei a palavra agora mesmo: "Questionar" sim, são diversas questões do tipo: O que você acha? o que achará? qual a reação? qual o pensamento de agora? porque fez isso? porque agora faz aquilo? devo fazer? devo falar? devo escrever? devo mandar? . Até mesmo os pontos de interrogação estão  me cansando os olhos e o falar e o pensar e o agir assim sempre com perguntas (nossa como essa palavrinha me enoja ). Essas questões mal resolvidas não podem agora ser pré resolvidas (se é que se pode falar assim).
Acabou, fim, chega, terminou e findou-se aqui, a partir de agora e reforçando desde já, não mais questionarei, a ninguém, a nada, nem a mim mesma a respeito nem a mim mesma, não não e não, não mais questionarei a respeito de pensamentos alheios, reações alheias, atitudes e futuras atitudes alheias decorrentes de minhas atitudes no que se refere  a alheios, ponto final aos questionamentos.
A partir de agora vou agir assim: Penso, faço e ponto final e seja o que for não me sufocarei nem a demais criaturas com as já tão cansativas e enjoativas e entediantes perguntas sem respostas, pois, afinal as respostas somente eu receberei, é simples, direto e objetivo assim, o que concorda com a teoria ação e reação, ponto final.
Se nem eu sei o que penso, se nem eu sei o que quero no tocante ao alheio, imagine se as já tão enfadadas criaturas descobrirão por meras suposições os pensamentos e reações futuras de alheios, imagine só, mera ilusão, pode ser que numa jogada de sorte ocorra um acerto, mas afinal qual a graça do jogo, quando já se sabe quem será o vencedor? O que eu quero é jogar esse jogo da vida, esse jogo  incógnito da vida, tão atraente como um imã. 
O que farei? o que farei? O que eu quiser, agirei como eu quiser no momento e com as atitudes que me forem convenientes e que me arderem de febre, ainda que elas sejam momentâneas. A surpresa virá e acontecerá num curto espaço de tempo,  a reação alheia e o sorriso, raiva, indiferença, carinho, nada, quase nada, tudo, quase tudo,  Essas respostas só serão mostradas, reveladas e impostas a mim no momento único e intenso, o momento da realidade que acontece e acontecerá. Não sei nem a respeito das minhas reações, o meu tudo, o meu nada,  não há como saber então as do alheio, as do que não me é conhecido, o incógnito.
Ponto final. Seja o que for, seja como for, sou e serei como uma rocha. Na realidade o bom da vida, o perfeito da vida é jogar e olhar para o passado dizendo: Eu joguei o jogo incógnito e perfeito da vida, isso me faz um vencedor, jogar o jogo incógnito da vida.

Daniele Nascimento

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Minhas bochechas rosadas

Vivendo a vida real, a vida real, o brilho dos olhos, as bochechas rosadas, as bochechas rosadas que um dia atrás pensei que não as tinha mais, porém elas estavam aqui, bem aqui, sempre estiveram, elas são parte de mim, assim como meu sorriso metálico tão aparelhado, o brilho do meu sorriso de metal, assim tão meu, a franja de lado, os brincos, as voltinhas, os gloss de morango, as carteiras, os blushs rosados, cobreados, o meu jeito tão único de ser. A minha mistura de um pouco menina, um pouco adolescente, um pouco mulher, minhas meias coloridas, minhas agendas, minhas carteiras e cartões, meus filmes, meus cafés. Os anos passam e passam e eu sou a mesma menina mulher de sempre e para sempre, meus desenhos, séries, filmes, cigarros, cafés, meu romantismo inapropriado, meus sonhos, meu não sonhar, minha falta de romance, minhas revistas femininas, minhas underclothes sensuais e as de algodão, vermelho, preto, branco, colorido, desenhado, para o dia, para aquelas noites, minha meninice, minha atitude de mulher, meu lado menina, meu lado mulher, tudo isso é muito bom, me faz realizar todos os meus desejos, vontades, para que escolher? O importante é viver a vida real sempre, cheia de momentos, reais no mundo aqui fora. Viver a vida real, o brilho dos olhos e as bochechas rosadas.

Daniele Nascimento

domingo, 13 de setembro de 2009

Perfiro andar só

Andar pelas ruas da cidade, a grande, comigo mesma, prefiro andar só, assim posso sentir o vento frio, a chuva, divagar sobre a vida tão bela e tão clássica vida que é a minha, assim como um filme de fim de tarde em casa, enquanto chove na porta de vidro, assim como uma série americana, assim como Stacy, Felicity, algo que se enquadre na realidade verdadeira, nas coisas que acontecem na rotina da solitária e agitada vida urbana, com uma fotografia um pouco escura e o enquadramento geral, o BG é só um detalhe, mas com músicas calmas.
Envolvida no meu mundo egocentricamente e egoistamente tão meu, eu sempre aviso: Sou acrílica. Eu te avisei. Não existe em mim nenhum sentimento que eu possa dividir com um ser oposto, nenhuma emoção, nenhum brilho nos olhos, nenhuma lágrima, nenhum sorriso doce, nenhuma saudade, nenhuma vontade de estar junto, nenhuma necessidade de viver isto ou aquilo, nada, nada mais, em mim só existe o tão belo e artisticamente lindo vazio, a frieza e a indiferença, não há mais comoção, não mais, só febres e prazeres momentâneos, somente isto, nada mais.
Prefiro viver no meu mundo acrílico, viver meu Rio de Janeiro aqui mesmo onde eu estiver, família sempre, vida família, padarias, cafés, pão na chapa, sala 1/7, ritual do corpo 1/7, minha vaidade no vestir, no calçar, nos produtos de beleza, sexy underclothes, maquiagem básico dia e sexy night, meus jornais, revistas femininas, escrevendo sempre, meu narcisismo, minha simplicidade, minhas compras básicas. Semana de chuva, domingo de sol, fim de semana de neve. Eu sempre digo, eu avisei e sempre aviso, eu sempre repito e deixo bem claro e repetidamente afirmo: Sou acrílica, há muita sorte no jogo, prefiro ser assim, eu mesma, sem máscaras, nada de tinta óleo, não mesmo, eu sou acrílica, nas padarias em dias e noites de chuva, de neve, andando nas ruas da cidade, a grande, prefiro andar sozinha, como um seriado, um filme americano, como Felicity, Stacy, Jones, Jena, assim posso divagar e refletir sobre a tão solitária e agitada vida urbana, da cidade, a grande.

Daniele Nascimento

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Enfim te encontrei meu cantinho

Meu cantinho, essa é a definição. Enfim te encontrei, quase que sem querer te achei em meio a tantas outras partes da cidade, a grande. Aquele lugarzinho de divagações e agenda, caneta, cafés, cigarros, observações da tão bela e solitária e tumultuada cidade, a grande. A qualquer hora , a qualquer momento, pode ser ás 08:00, ás 12:00, ás 16:00, a qualquer hora, há sempre o velho pãozinho francês na chapa, a tão caseira manteiga e o principal: os cafés, ah os cafés, sublimes e magnificos cafés, cappucinos, preto, a qualquer hora do dia, em meio a correria, aqueles cafés tão abençoados e urbanos.
Quanta felicidade, quanto prazer, enfim te encontrei meu cantinho, com tanta gente, entra , saí , faz desse belo lugar também o seu cantinho, talvez não com a mesma proporção de prazer, mas vivendo a bela e solitária vida urbana, em meio a minhas agendas, bolsas grandes, cappuccinos, cafés, nicotina, e divagações, profundas e intelectuais divagações.
Mas esse lugar é só meu,  ah meu cantinho, ninguém pode entrar, não, jamais, nunca, nehum free lance, nenhum lance sério, não, não mesmo, ninguém irái invandir meu mundinho tão belo e intelectual, ele é só meu, é como que um lugarzinho de parar, em meio a minha tão bela, solitária, cheia de cafeína, nicotina e divagações, minha tão cinematográfica vida urbana, pois como sei e afirmo e repito: Eu sou é o urbano, eu sou e amo é o urbano, agora no meu cantinho encontrado, da cidade, a grande. 

Daniele Nascimento

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Eu sou é o urbano

Eu sou é o urbano, o urbano tão prático, os cafés nas padarias, os cafés a toda hora, a rotina, a pressa tão leve e suave, o vento, o frio, casacos, a rotina, a rotina, eu amo é isso. Eu sou é o kit de emergência dentro da bolsa grande, carteira, necessaire, agenda para anotações, um dinheiro. Eu sou e amo é o tão tranquilo anonimato da cidade, da grande, eu sou e amo é a bonita solidão da cidade, da grande, eu sou e amo é a sala 1/7, a maquiagem básico / dia, o anonimato, a solidão da cidade, da grande, as compras básicas e clássicas eu sou é o urbano, como Sondra, Polly, Lucy, Samanta, todas. E quem falou que há sorte? no jogo há sorte, muita sorte sempre. Eu sou é o urbano, o urbano com seus cafés, padarias, centro, anonimato, solidão tão bela e tão bela, suave, maquiagem básico / dia, sala 1/7, bolsa grande, eu sou é a rotina, amo e sou a rotina, sempre serei. Então não tente entrar na minha rotina, tão suave e tão minha, só minha, não tente invadir meu mundo e rotina. Eu sou e amo é o urbano, a rotina, sempre e sempre, sou eu, tão eu, meu eu e sempre serei eu.

Daniele Nascimento

domingo, 6 de setembro de 2009

Vivendo o presente, o "cheiro" de hoje

São incríveis, surpreendentes e encantadoras, as conclusões a que chego, durante meus momentos tão belos, como um bosque em um fim de tarde, sentada embaixo de uma árvore grande, com muita sombra, muito vento e aquela cesta de piquenique. Esses são meus momentos de reflexão, sobre a vida, sobre mim  mesma, sobre meu eu. Esse meu momento tão egocêntrico, tão meu.
Hoje, dia 06 de setembro de 2009, pude perbeber que por muito tempo, tenho vivido o "cheiro" do passado, os momentos de meu passado fragmentado, o "cheiro" de um tempo, de uma emoção, de um ritual, de um gosto, um sabor, uma música e quando digo isso não estou me referindo a sentimentos por pessoas, de modo nenhum, me refiro a minha relação comigo mesma, falo do meu relacionamento pessoal com mim mesma.
Não! Isso terminou hoje, neste momento, posso perceber que esses tempos tiveram seus bons "cheiros" porque estavam sendo vividos, comidos, sentidos, saboreados com vontade e sem medo, sem pudor. A partir de agora ás 11:00 horas exatas da manhã deste dia, irei saborear delicadamente e com força, com vontade, o "cheiro" deste meu momento, o "cheiro" de hoje, dos rituais de hoje, das emoções de hoje. Não sentirei mais o sabor do ontem, serão apenas boas lembranças, mas me dedicarei ao hoje, e o hoje será apenas uma boa lembrança amanhã.
Vivendo o presente, essa frase parece mais uma daquelas que se lê em livros de auto ajuda, em reuniões de terapia ocupacional, mas não, essa frase, tem um sentido sobrenatural dentro de mim, porque não ouví, não lí, não, eu a encontrei dentro de mim, num insight maravilhoso, viver o "cheiro" de hoje. Vivendo o presente, o "cheiro" de hoje, no meu casulo tão belo e tão livre. Segue.

Daniele Nascimento

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Oui je' t'aime ma cher

Reencontro, ou encontro real? já não sei o que de fato acontece. E eu que sempre estive a beira de poços, acreditando que necessidades vãns eram insubstituíveis, imagina só, eram vãns precipitações. Daí foi quando após 2.164 dias pude reencontrar ou encontrar realmente (não sei ao certo) o já tão falado ma cher. Noite atrás, em mais uma das milhões e milhares de conversas com uma amiga, filosofamos sobre o botão liga/desliga e que com o passar dos anos e após tantas precipitações, já ligamos o botão sem tirar o dedo de cima, numa espera rápida e ansiosa para o desligarmos novamente, e isso acontece sempre e constantemente, liga, desliga, liga ,desliga, rápido como um cometa, numa mistura de tédio e frieza e sem dar crédito, não, não mais, nunca mais ( é o tão citado).
Mas o melhor que me aconteceu, em meio a tantos liga, desliga, liga, desliga, foi você ma cher, numa introspecção e vida diária, mistura de arte, música, dança, café às 17:00, cigarros, tintas, eu, você, chuva, casacos, cappuccinos, frio, calor, telas, voz, perfumes, seda, fotos, sonhos de padaria, sala fria 1/7, ritual do corpo, prazeres que tomam até a alma, um reencontro ou encontro real, não importa, o que importa é que não vou desligar o botão pra você ma cher, foi mágico como sempre , oui je' t'aime ma cher, me toma a alma, não vou desligar o botão pra você ma cher, não mais, oui je' t'aime.

Daniele Nascimento

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Tintas, cafés, aguarrás, cigarros, pincéis, cercam nós dois ma cher

Cercada por minhas telas ainda não acabadas, acho que o cheiro de tinta tem me entorpecido, minhas mãos sujas de tinta sempre e sempre, rodeada por minhas telas não acabadas. Pinto pra mim e pra você ma cher, mesmo que neste momento você não esteja aqui, já que está dormindo, com o meu perfume que ficou em ti. Eu tão pintor francês e você tão calmo e tão doce no meio das minhas inspirações, você sabe que prefiro pintar sozinha, você me conhece bem.
Tintas, cafés, aguarrás, cigarros, pincéis, cercam nós dois ma cher, te venero e te dedico minhas telas, enquanto ouço aquela velha música, pinto pra mim e pra você e nas telas que te dou, vai um pouco da minha alma tão fria  e da sua alma tão leve, essa mistura que  me deixa tão tonta, é sempre assim, mas vale a pena por mim e por você , minhas telas não acabadas cercam nós dois, no nosso mundinho tão pequeno e tão grande e tão confuso e tão simples, te venero e te dedico minhas telas ma cher.

Daniele Nascimento

Te venero, te dedico ma cher

Após horas de reflexão em posição fetal, num quarto frio e escuro e com uma enxaqueca que me tirava as forças, após confusões não esperadas e não compreendidas, enfim encontrei, encontrei o que antes buscava, em tentativas falhas e constantes e cansativas, entediosas. Descobri que na verdade não espero por nada, é simples e leve, como um cappuccino em dias frios, encontrei novamente a já vivida e sentida paz de ma cher , rituais diários e não ritualísticos, naturais como banhos de chuva.
A paz do frio
A paz de seda
A paz de uma criança
A paz do teu sorriso que ficou
A paz da grande sala fria 1 por 7
A paz de só sair do ritual corpo 1 por 7
A paz dos teus tamancos altos que ficou
A paz das compras simples e necessárias
A paz de um café forte e com açúcar ás 17:00
A paz das madrugadas em claro com os chikens
A paz de estar, simples e viva e simplismente viva
Volta a paz ma cher , te venero, te dedico ma cher .

Daniele Nascimento

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Como um filme antigo

O que não existe mais: A velha euforia, a emoção, o frio na barriga, aquela ansiedade, as lágrimas, os ingênuos e verdadeiros sorrisos, a capacidade de se entregar, a grande capacidade de acreditar, não, essas coisas já não existem mais, se disolveram ao passar dos anos, num primeiro instante ficaram acorrentadas, depois foram se esvaindo pouco a pouco, esses pedaços de ser humano se perderam em alguma parte já esquecida e apagada por mim mesma.
Sobraram a indiferença, nada mais. A indiferença já toma todo o resto, simples assim, numa mistura de tédio e frieza, e por mais que aos olhos de quem assiste pareça estranho, não o é, isso me faz forte, me faz voltar para aquele meu verdadeiro eu, que se debruça sobre as mágicas bibliotecas empoeiradas e os livros clássicos, me faz voltar ao cheiro de tinta que me toma, me envolve, me faz voltar a mim mesma, acompanhada por copo de café quente e forte. Essa sim sou eu, simples e suave, bela e clássica vida, como um filme antigo, isso sim me faz bem, me faz eu, me faz eu.

Daniele Nascimento

domingo, 30 de agosto de 2009

Aquele quase nenhum sorriso

Na verdade gosto mesmo é dos estranhos, dos esquisitos, dos tristes, dos que carregam aquela tristeza no olhar, que os torna frágeis e ao mesmo tempo fortes, na tentaviva constante de se preservar, de se defender, de se guardar. Me atraem os sérios, aqueles sérios e confusos e com quase nenhum sorriso, aqueles que riem pouco, muito pouco e que se aguarda ansiosamente por aqueles tão poucos e esperados sorrisos.
Me chama a atenção os apagados, os que se escondem, esses sim eu consigo ver, os que se escondem atrás de uma seriedade tão visível, de uma timidez tão confusa, esses sim consigo enxergar nitidamente. Os que andam num fim de tarde, os que lêem um jornal, um livro enquanto tomam um café, sozinhos e calados e com aquele olhar tão triste, tão triste que chega a ser doce misturado  com aquele meio sorriso.
Meus olhos fixam naqueles, nos anti sociais, nos que se preservam, nos que não gostam de quase ninguém, nos que tentam fugir sempre e sempre, nos que são intrigantes, desafiadores e envolventes, aqueles que assim como eu são sempre e sempre assim, sempre foram assim. Com os olhos tristes, tão tristes, que são tão doces e conseguem mesmo que sem perceber, fixar meu olhos que também são tristes, tão tristes e baixos, aquele olhar caído e aquele quase nenhum sorriso.

Daniele Nascimento

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Esperando a próxima pincelada

Mais uma vez aqui, em mais uma das noites daquelas noites, e o pior; feriado, a banquinha está fechada, agora com o que irei aliviar a tensão da minha incapacidade de ser, que máscara vou usar? Ouvindo aquela velha música um milhão de vezes, o meu pessimismo racional se confirmou (como já era esperado), minhas neuropsicopolaridades aumentam e a banquinha está fechada, e agora onde vou encontrar aquela válvula de escape?
Ah acreditam que sou aquilo que me pintam: Um quadro de frutas e flores ( e eu que odeio quadros de flores ou frutas) exposto e pendurado numa parede pálida e fria. Me moldam, me recriam com tinta óleo, como um manancial de prazeres, onde olham, admiram, usam de fantasias, compram e mais uma vez me expõem e me penduram numa parede pálida.
Na verdade sou um quadro surreal que nunca é terminado, sempre naquele velho cavalete, esperando pela próxima pincelada, pinceladas de tinta acrílica, que surgem de momentos de delírios e que desenham traços sem nenhum nexo aparente, (aparente) um quadro que não quer ser exposto numa parede pálida e fria, prefiro ficar no cavalete, esperando a próxima pincelada.

Daniele Nascimento

Um pouco de realidade

Um pouco de realidade. Não necessariamente a realidade pessoal, vista e sentida e tocada, mas também não o iceberg que antes e ultimamente existia e existe e quem sabe infelizmente voltará a existir para sempre (ah esse meu pessimismo racional).
Um pouco daquela realidade já esquecida e ignorada há tempos. Um pouco de visão, de sorrisos vistos e sentidos, ainda que de maneira um pouco distorcida e lenta e com falhas, porém mais real que os subentendidos tic tacs silenciosos.
Como que num documentário real e ilusionista, algumas horas de quem sabe verdades, mentiras, mentiras, verdades, em meio a sorrisos tão doces e olhos tão tristes e confusos e que na realidade não se conhece, não se sabe se realmente são tristes, mas afinal quem se conhece? Ninguém, ninguém.
Esse pequeno pedaço de realidade talvez irreal (ah esse meu pessimismo racional) me provoca o sentido e de acordo com a definição: “Os sentidos são os meios através dos quais os seres vivos percebem e reconhecem outros organismos”, isso pode definir então que ainda existe vida, talvez, quem sabe ainda exista a vida.

Daniele Nascimento

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Devaneios

Nesses dias, devaneios tolos me remetem a real necessidade já esquecida, ignorada e desprezada por mim. Devaneios insanos me remetem a real inatingível e frustante necessidade pálida e mórbida, já ignorada e desprezada por mim.
Eu, que ando cansada do superficial, do impessoal, do pré julgamento, do fictício, do atual, dessa modernidade fria e congelada.
Outra coisa me sufoca e incomoda: Qual a reação de vocês, quando pes
soalmente notarem que a boneca virtual tem vida, sente, chora, rí e te toma???

Daniele Nascimento