quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Esperando a próxima pincelada

Mais uma vez aqui, em mais uma das noites daquelas noites, e o pior; feriado, a banquinha está fechada, agora com o que irei aliviar a tensão da minha incapacidade de ser, que máscara vou usar? Ouvindo aquela velha música um milhão de vezes, o meu pessimismo racional se confirmou (como já era esperado), minhas neuropsicopolaridades aumentam e a banquinha está fechada, e agora onde vou encontrar aquela válvula de escape?
Ah acreditam que sou aquilo que me pintam: Um quadro de frutas e flores ( e eu que odeio quadros de flores ou frutas) exposto e pendurado numa parede pálida e fria. Me moldam, me recriam com tinta óleo, como um manancial de prazeres, onde olham, admiram, usam de fantasias, compram e mais uma vez me expõem e me penduram numa parede pálida.
Na verdade sou um quadro surreal que nunca é terminado, sempre naquele velho cavalete, esperando pela próxima pincelada, pinceladas de tinta acrílica, que surgem de momentos de delírios e que desenham traços sem nenhum nexo aparente, (aparente) um quadro que não quer ser exposto numa parede pálida e fria, prefiro ficar no cavalete, esperando a próxima pincelada.

Daniele Nascimento

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