domingo, 30 de agosto de 2009

Aquele quase nenhum sorriso

Na verdade gosto mesmo é dos estranhos, dos esquisitos, dos tristes, dos que carregam aquela tristeza no olhar, que os torna frágeis e ao mesmo tempo fortes, na tentaviva constante de se preservar, de se defender, de se guardar. Me atraem os sérios, aqueles sérios e confusos e com quase nenhum sorriso, aqueles que riem pouco, muito pouco e que se aguarda ansiosamente por aqueles tão poucos e esperados sorrisos.
Me chama a atenção os apagados, os que se escondem, esses sim eu consigo ver, os que se escondem atrás de uma seriedade tão visível, de uma timidez tão confusa, esses sim consigo enxergar nitidamente. Os que andam num fim de tarde, os que lêem um jornal, um livro enquanto tomam um café, sozinhos e calados e com aquele olhar tão triste, tão triste que chega a ser doce misturado  com aquele meio sorriso.
Meus olhos fixam naqueles, nos anti sociais, nos que se preservam, nos que não gostam de quase ninguém, nos que tentam fugir sempre e sempre, nos que são intrigantes, desafiadores e envolventes, aqueles que assim como eu são sempre e sempre assim, sempre foram assim. Com os olhos tristes, tão tristes, que são tão doces e conseguem mesmo que sem perceber, fixar meu olhos que também são tristes, tão tristes e baixos, aquele olhar caído e aquele quase nenhum sorriso.

Daniele Nascimento

2 comentários:

  1. Tá, morguei. Eu com meu sorriso exagerado.Exibida e nada apagada( só na cor)
    me senti um nada perante seus olhos. :P

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