terça-feira, 1 de setembro de 2009

Como um filme antigo

O que não existe mais: A velha euforia, a emoção, o frio na barriga, aquela ansiedade, as lágrimas, os ingênuos e verdadeiros sorrisos, a capacidade de se entregar, a grande capacidade de acreditar, não, essas coisas já não existem mais, se disolveram ao passar dos anos, num primeiro instante ficaram acorrentadas, depois foram se esvaindo pouco a pouco, esses pedaços de ser humano se perderam em alguma parte já esquecida e apagada por mim mesma.
Sobraram a indiferença, nada mais. A indiferença já toma todo o resto, simples assim, numa mistura de tédio e frieza, e por mais que aos olhos de quem assiste pareça estranho, não o é, isso me faz forte, me faz voltar para aquele meu verdadeiro eu, que se debruça sobre as mágicas bibliotecas empoeiradas e os livros clássicos, me faz voltar ao cheiro de tinta que me toma, me envolve, me faz voltar a mim mesma, acompanhada por copo de café quente e forte. Essa sim sou eu, simples e suave, bela e clássica vida, como um filme antigo, isso sim me faz bem, me faz eu, me faz eu.

Daniele Nascimento

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