A alma quase nunca nos engana. O coração nos engana quase sempre, a alma não.
quarta-feira, 27 de abril de 2011
segunda-feira, 25 de abril de 2011
A palavra que rasga a alma
Tantas palavras já foram faladas, escritas, rasgadas, explicitamente, ferozmente, com caneta vermelha de sangue de dor de amor, de ardor, tantas palavras já foram usadas para escrever em tantos livros, tantas e essas mesmas e outras palavras já foram cantadas em outras e em tantas canções. Palavras, eu já falei, todos já falaram , tantas pessoas escutaram, palavras que podem ter sido somente palavras, ou podem ter sido a razão da calma, da angústia, da existência, da alma. Palavras não deveriam acabar, deveriam ser infinitas, para que então se pudesse falar a mesma coisa com outras palavras, palavras mais fortes, palavras novas, palavras que sangrassem a mente e o coração de quem as escuta, que bom seria se as palavras não se repetissem, palavras, o mel e o fel das palavras. A palavra que rasga, cura, fere, acalma, constrói, destrói, incendeia, congela, a palavra que arranca a culpa, o medo, a lembrança, o desejo, a palavra forte, fria, quente, calma, adoçada, suave palavra. Palavra que faz causar reflexão, a palavra que bate, corta, rasteja pelo chão, leva as nuvens, ao inferno, ao céu. A palavra que controla, que enlouquece, rasga a alma, a palavra.
Daniele Nascimentosexta-feira, 22 de abril de 2011
Córrego
E se alguém já acordou com a mão na cabeça com aquela única pergunta explodindo em seus tímpanos, talvez entenda essas palavras rebuscadas. Quando a frase: Por que fiz isso? rasga seus ouvidos, você mais uma vez percebe que a vida quase sempre é uma sucessão de erros. E se alguém já levantou da cama a se questionar o que te fez cair e sangrar no chão e tirar a máscara e pular num precipício e abrir o maldito livro e se cortar e deixar que todos vejam o seu sangue escorrendo no chão, se misturando com a lama dos córregos, vai entender o que é se arrepender, profundamente, amargamente. E se alguém já falou quando deveria simplismente se calar, já chorou quando o mais atraente seria falsamente sorrir, se alguém já contou verdades quando o mais que perfeito seria mentir, se alguém já sentou no chão quando o correto seria levantar e sair, se alguém já usou toda sua força que se sentiu o mais fraco dos mortais,vai entender o que digo, ou pelo menos o que tento dizer.
Daniele Nascimento
Daniele Nascimento
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Erros
Não gosto de errar, quase ninguém gosta. Em geral erros acontecem pela impulsividade, emoções a flor da pele, acontecem quando por alguns minutos se esquece das lições já aprendidas. São nesses exatos minutos que erra-se novamente. Mas errar tem um lado interessante, nos faz parar, pensar, refletir. O primeiro passo após o erro, é reconhecer, o segundo, é se recolher numa busca isolada e distante pelo equilíbrio pessoal. Errar me faz lembrar que não sou de plástico, mas que preciso aprender a ser. Então, adeus por um bom tempo, vou buscar a força que deixei cair das mãos enquanto andava na corda bamba. É necessário buscar mais uma vez o equilíbrio e a força.
terça-feira, 5 de abril de 2011
Eu não sei jogar e não quero aprender
Eu nunca aprendi a jogar
Mas não me interessa aprender
Eu nunca gostei de jogos
Quase sempre alguém
Tira do bolso um jogo de baralho
Ou um jogo de damas
Ou um jogo qualquer
E me convidar para jogar
Com uma oferta tão admirável
Com um sorriso tão bonito
Que quase me convence
Mas eu quase sempre desisto
Eu quase sempre não jogo
Não, nunca gostei de jogos
Jogos em geral são sujos
Jogos sempre tem trapaças
Jogos em geral tem blefe
Jogos em geral tem mentiras
Não, obrigada, não quero jogar
Não, eu não sei jogar, nunca aprendi
Não, eu não quero aprender a jogar.
Daniele Nascimento
Mas não me interessa aprender
Eu nunca gostei de jogos
Quase sempre alguém
Tira do bolso um jogo de baralho
Ou um jogo de damas
Ou um jogo qualquer
E me convidar para jogar
Com uma oferta tão admirável
Com um sorriso tão bonito
Que quase me convence
Mas eu quase sempre desisto
Eu quase sempre não jogo
Não, nunca gostei de jogos
Jogos em geral são sujos
Jogos sempre tem trapaças
Jogos em geral tem blefe
Jogos em geral tem mentiras
Não, obrigada, não quero jogar
Não, eu não sei jogar, nunca aprendi
Não, eu não quero aprender a jogar.
Daniele Nascimento
sábado, 2 de abril de 2011
Razão versus Emoção
A emoção nos faz agir a flor da pele, nos tira a racionalidade, nos tira do foco, nos leva a agir de forma infantil, nos faz esquecer os erros do passado, nos leva a cometer os mesmos erros primários. A razão nos coloca um "freio", nos faz pensar, nos lembra que cada passo largo pode ser uma cilada, nos lembra que nosso sorriso inconsequente já nos levou ao pranto, nos lembra que dessa vez precisamos ser mais racionais. Há sempre um duelo constante entra a razão e a emoção. Mas uma coisa não se pode esquecer: Nem sempre devemos fazer o que gostamos, as vezes é preciso fazer o que não gostamos, mas que devemos fazer.
Daniele Nascimento
Daniele Nascimento
sábado, 19 de março de 2011
Palavra calada
Se eu pudesse escolher escolheria ser vazia, mas sou a dona da palavra calada...
Se eu pudesse escolher, escolheria ser vazia, escolheria ser comum, perdida nas noites, nos braços, nos beijos, nos abraços, nos brilhos, nas camas, nos decotes, nas exibições baratas. Eu escolheria estar afogada nos copos, nas fantasias que a grande maioria usa. Mas não se escolhe ser, simplismente se é. Infeliz de mim que sente profundamente, que acredita em palavras, que desacretida em gestos, que cala. Infeliz de mim que não veste a fantasia das noites em claro, que se reserva, que prefere o preto, que fica quieta. Infeliz de mim, infeliz de mim por ser assim. Eu nunca digo aquilo que de verdade quero dizer, eu me calo. Eu nunca transpareço a mágoa que fica, eu disfarço. Eu nunca expresso o que realmente penso, eu minto. Eu nunca deixo cair a lágrima presa, eu engulo. Eu nunca demonstro a dor que me aflige, eu finjo. Eu nunca peço o que mais desejo, eu escondo. Eu nunca deixo que vejam meu sangue escorrendo do peito, eu lavo. Eu nunca deixo que vejam meu coração quebrado, eu colo. Eu nunca falo sobre o que vi e não gostei, eu uso óculos escuros. Eu nunca falo sobre os meus sonhos, eu acordo. E se conseguem me fazer chorar, eu disfarçadamente sorrio. E se cortam meu coração em pedaços, com uma falsa alegria eu canto. E se vejo o que não quero, uso um anestésico. E se me fazem sentir a dor mais profunda eu escrevo. E se a dor ainda assim for insuportável eu pinto. Pinto telas com meu próprio sangue. Eu sempre uso a palavra calada.
Se eu pudesse escolher, escolheria ser vazia, escolheria ser comum, perdida nas noites, nos braços, nos beijos, nos abraços, nos brilhos, nas camas, nos decotes, nas exibições baratas. Eu escolheria estar afogada nos copos, nas fantasias que a grande maioria usa. Mas não se escolhe ser, simplismente se é. Infeliz de mim que sente profundamente, que acredita em palavras, que desacretida em gestos, que cala. Infeliz de mim que não veste a fantasia das noites em claro, que se reserva, que prefere o preto, que fica quieta. Infeliz de mim, infeliz de mim por ser assim. Eu nunca digo aquilo que de verdade quero dizer, eu me calo. Eu nunca transpareço a mágoa que fica, eu disfarço. Eu nunca expresso o que realmente penso, eu minto. Eu nunca deixo cair a lágrima presa, eu engulo. Eu nunca demonstro a dor que me aflige, eu finjo. Eu nunca peço o que mais desejo, eu escondo. Eu nunca deixo que vejam meu sangue escorrendo do peito, eu lavo. Eu nunca deixo que vejam meu coração quebrado, eu colo. Eu nunca falo sobre o que vi e não gostei, eu uso óculos escuros. Eu nunca falo sobre os meus sonhos, eu acordo. E se conseguem me fazer chorar, eu disfarçadamente sorrio. E se cortam meu coração em pedaços, com uma falsa alegria eu canto. E se vejo o que não quero, uso um anestésico. E se me fazem sentir a dor mais profunda eu escrevo. E se a dor ainda assim for insuportável eu pinto. Pinto telas com meu próprio sangue. Eu sempre uso a palavra calada.
Daniele Nascimento
Assinar:
Postagens (Atom)